Desde que conheci a fundo o trance pelas suas entranhas me apaixonei e me dediquei cada dia mais a buscar conhecimento sobre a cultura que envolve esse mundo.

Algumas pessoas encaram o trance apenas como um momento de lazer, um simples festa. Após fazer minha primeira viagem para conhecer outros festivais fora do país e em lugares que o movimento tem uma base mais sólida me deparei com a realidade que sim, o trance é um estilo de vida, respiro cada dia mais a cultura desse mundo tão mágico e contagiante, vi pessoas com mais idade, vi crianças, vi famílias em trailers em uma harmonia surreal, a cada festival que vou parece que sou remetido ao final da década de 1960 e revivo o espirito de woodstock, isso é simplesmente épico.

Vou citar abaixo uma rápida compilação de 3 motivos básicos do porque o trance pode ser encarado sim como um estilo de vida com uma cultura muito rica.

1 – A arte acima de tudo

Festa e festivais que levam consigo a real essência do trance são verdadeiros ninhos de artistas desde malabaristas a cantores, passando por produtores musicais, intervencionistas, atores e atrizes e etc. O movimento nasceu com a ideia de reunir “cabeças pensantes” e artistas que acreditavam que a arte é um dos pilares de uma sociedade civilizada e harmônica, quem já participou de uma Respect ou do Universo Paralello sabe o que estou falando.

A arte é um instrumento de comunicação ativa com linguagem intercultural.

2 – Sua liberdade vale muito mais que qualquer coisa.

Se você é um artista, um louco ou reprimido pela sociedade por não aceitar os valores da sociedade atual, bem isso não faz diferença no trance, a liberdade é um dos pontos altos do movimento, não importa quem você é ou o que pensa e acredita, você é bem vindo.

Um dos motivos que mais  me fascinou nesse mundo foi a falta de dogmas e estereótipos, não importa o credo ou a crença de uma pessoa, ela é simplesmente bem vinda, como o trance tem bases em movimentos alternativos essa sempre foi a base da construção de sua cultura.

É aqui que temos um ponto tênue, quando liberdade pode virar libertinagem, muitos vão dizer que as drogas são peças importantes do movimento, acredito que não se possa dizer que são importantes mas seria hipocrisia dizer que não faz parte da realidade, existe sim o uso de psicodélicos e afins, mas como esse ponto mesmo diz, aqui está sua liberdade e seu livre arbítrio, faça bom proveito dele.

3 – A mistura de culturas

O trance nasceu em goa como muitos sabem, na década de 1970 hippies migraram do novo continente(América do norte) para países mais espiritualizados e não muito ocidentalizados com culturas mais fortes e raízes mais fortes, graças a migração de americanos e também europeus em busca de algo novo, houve um choque cultural e uma miscigenação de ideias e credos resultando na criação de uma nova cultura com bases muito peculiares.

Quando você vai a um festival como o Universo Paralello ou o Ozora você encontra uma gama enorme de artesanato, línguas diferentes, roupas diferentes, enfim um enorme mix de culturas unidas por um único motivo, o trance.