Apenas diversão? Pra ficar loucão? Sim. Tudo isso e muito mais! Pra mim, festival é vivência. Mais do que isso, é rito de passagem.

Por que será que a gente fala tanto em portais de percepção e expansão da consciência? A vivência psicodélica me transporta, me eleva, muda o meu status consciente a cada festival. E o mais legal é que isso pode ser feito entrando em contato com a loucura. E sim, é divertido!

A música nas nossas celebrações não é apresentada aleatoriamente. Os lines têm uma linha, uma harmonia que acaba propiciando uma espécie de ritual. Não por acaso, o ápice da loucura é durante a madrugada. O Dark Psychedelic Trance tem o poder de me colocar em profundo contato comigo mesma, me oportunizando lidar o meu lado mais obscuro, com meus demônios, medos e monstros, os quais eu tenho que enfrentar pra exorcizar, porque você não enxerga a sua luz sem conhecer a sua escuridão. Aí é onde eu encontro o sentido dos elementos sonoros e visuais do Dark, muitas vezes macabros e sombrios. Simplesmente faz sentido.

Trata-se de um ritual de purificação, que vivenciado de forma séria e interna ou lúdica e louca, faz você amanhecer no Goa de alma lavada, abraçado numa caveira, num espantalho ou no Fred Kruger… não importa. Você sempre vai estar sorrindo. E algumas vezes de olhos molhados.

Nossa caminhada evolutiva clama por essas experiências e a “mudança de status” acontece dentro de nós. Nossa música e dança ritualísticas têm o poder de iniciar novos ciclos em nossas vidas, através da psicodelia.

Talvez a expansão da consciência passe necessariamente pelos três elementos essenciais: vida, morte e tempo, onde nos damos conta de que o tempo é uma ilusão, a morte, rito de passagem… e a vida, um eterno recomeço.

Salve a psicodelia!

Foto By Rafael Hanzen.