É praticamente impossível falar de música eletrônica sem citar ao menos uma vez o nome da Alemanha, o país europeu conhecido mundialmente por sua cerveja, sua história de guerra com o nazismo e agora mais recentemente sua seleção de futebol campeã em 2014 e dona da maior goleada já aplicada na seleção do Brasil(o famoso 7×1) é também referência na cultura da música eletrônica.

A Alemanha é conhecida pelos seus produtores de música eletrônica como KraftwerkPaul van Dyk, Electric UniverseDj Boom Shankar, Dark Wisper, Neelix, DaydinBoris Brejcha entre outros inúmeros que se destacam em suas linhas, sem contar os inúmeros festivais que rolam por lá como Antaris, Vuuv, Freqs of Nature(antigo Fullmoon Festival)

A história da Alemanha mais especificamente Berlin junto a música eletrônica começa por volta dos últimos anos da década de 1980, com a queda do muro de Berlin no ano de 1989 e a mistura dos povos do lado ocidental com o lado oriental, a partir dai inúmeros clubs foram sendo criados no lado oriental, dentro de antigas fábricas e prédios abandonados dando uma forma mais underground a música eletrônica como era conhecida na época, a forte influência de consumo dos EUA no lado ocidental também teve seu peso na construção dessa cena com a facilidade de compra de sintetizadores eletrônicos, sequenciadores e computadores domésticos.

A história não para por ai, Berlin sendo a capital mundial do underground e sua facilidade com a miscigenação cultural, tendo o movimento punk da década de 1990 como background foi cada vez mais absorvendo essa cultura eletrônica, com o passar dos anos grandes marcas de produtos para produção de música eletrônica foram criadas e novos produtos foram entrando no mercado.

Em 2014 tive uma experiência que realmente reforçou meu ponto de vista sobre Berlin, estávamos passeando pela centro da cidade próximo ao portal de Brandenburgo quando começamos a ouvir um certo “bate pino” vindo de algum lugar que não conseguíamos identificar (se fosse aqui no Brasil já imaginaria que era algum carro com aqueles sons automotivos e rolando um funk ostentação, mas não, estávamos em Berlin, onde a música eletrônica é frenética e sem limites), fomos seguindo essa batida que só aumentava de acordo com que andávamos, enfim chegamos na Unter der Linden, uma avenida que é uma espécie de Avenida Paulista alemã, onde eles sempre comemoram as coisas(como por exemplo o 7×1 em cima Brasil).
Boooooom! Lá estava uma espécie de carnaval Berlinense, inúmeros trios elétricos com música eletrônica que iam do techno house, deep house, passando para house, down tempo e quase por último lá estavam 2 carrinhos que mais pareciam aqueles carrinhos de sorvete americano com uma pancada de subs e lines, um rolando um dark com batidas sujas, rápidas e introspectivas e o outro bem ao lado rolando um goa no maior alto astral e depois um morning que já não ouvia há muito tempo.

Depois de ficarmos lá por algumas horas ficamos estasiados com tudo aquilo que tínhamos presenciado e por fim constatamos que Berlin é mesmo a capital da música eletrônica, você era capaz de ver pessoas bem jovens dançando ali no meio da cidade, comprovando assim que a música está enraizada no dia a dia dos jovens, eles crescem ouvindo música boa (não como nós que crescemos sendo encharcados por outros estilos :/ ).

E se você já esteve em Berlin ou alguma outra cidade da Alemanha e teve alguma experiência que reforçasse esse sentimento sobre o país, conte pra gente!