Quem acompanha o PurpleTrance já há algum tempo sabe que já embarcamos em algumas psychedelic trips pela Europa, em 2011 tivemos a oportunidade de conhecer 3 festivais, o Antaris e o Vuuv na Alemanha e também o Ozora na Hungria, 2 anos depois embarcamos novamente em busca de novas experiências, encarando o Freqs of Nature na Alemanha, o Lost Theory na Croácia e novamente o Ozora na Hungria e por último de modo um pouco mais tímido em 2014 não aguentamos e compramos uma passagem de última hora bem baratinha para Barcelona e mais uma vez o Ozora.

Por enquanto estamos nos reestruturando para poder fazer algo maior e mais intenso, planejar de uma forma mais concreta nossas próximas viagens e assim poder conhecer cada cantinho de festivais e novas experiências que esse mundão pode nos proporcionar.

Há um tempo atrás recebi um e-mail muito interessante do Samuel, ele sugeriu que mostrássemos de forma simples e direta quais os gastos para se fazer uma viagem como essa, conhecendo os lugares e conhecendo os festivais. Ficamos longe um pouco durante esses últimos tempos, os trabalhos e estudos nos tiraram o tempo hábil para escrever aqui, daqui pra frente vamos dar uma atenção maior ao blog, levando dicas e informações não só do trance e da cultura alternativa mas também dicas sobre viagens, hospedagens, estilo de vida aventureiro entre outras coisas que temos o prazer de escrever, então vamos lá!

Mas afinal quanto custa uma viagem como essa?
É praticamente impossível de se responder de forma simples uma indagação tão complicada, os custos e cálculos vão muito além de uma equação, isso depende muito do jeito que você quer ir, o que você quer fazer, como quer fazer e se tem condição de fazer o que quer fazer…(ufa…rs)

Me lembro que na primeira vez que fomos em 2011 ouvi muitos comentários de conhecidos se éramos ricos ou então se vendemos tudo para fazer isso, já ouvi perguntas mais densas como por exemplo “Vocês levam drogas pra Europa?”, sim isso mesmo, nos perguntaram se levávamos drogas para o exterior no estômago (se bem que daria pra levar bastante, sou meio gordinho né), mas calma, pra nenhuma dessas perguntas a resposta foi afirmativa, não somos ricos, não vendi as cuecas para viajar e não, não levamos drogas para fora.

Quando fomos viajar da primeira vez o valor do euro estava por volta de R$2,40 (ahhh que saudade), bem diferente de hoje que ultrapassa a barreira dos R$3,00, rapidamente posso descrever aqui o quanto gastamos durante um mês de viagem em 2011, veja abaixo.

Custos 2011

Passagem de avião – São Paulo / Berlim: R$1700,00
Custos com hostel: R$400,00
Ingresso para 3 festivais: R$480,00(os ingressos custavam na média de 60 a 80 euros)
Compra da moeda(€1000,00): R$2400,00
Total: R$4980,00

Sim, isso mesmo, gastamos menos de R$5.000,00 cada um, tem gente que gasta esse valor fazendo uma viagem ao Nordeste, não que viajar ao Nordeste seja ruim, muito pelo contrário, o Nordeste é um lugar muito bonito e que merece uma grande atenção.

É obvio que as coisas hoje estão um pouco mais complicadas e caras, mas mesmo assim é possível se programar e planejar uma viagem barata e as vezes até sem perrengue (nem sempre…rs).
Como havia escrito no começo do texto, os custos dependem do que você está sujeito a fazer e passar para alcançar esse objetivo, por exemplo em 2011 tivemos que dormir uma noite na estação de trem principal de Berlin (Hauptbanhof) porque nos perdemos indo para o Vuuv festival e se fossemos comprar uma nova passagem de trem gastaríamos muito dinheiro, a saída foi esticar uma mistura de canga com toalha no chão da estação e sonecar, já em 2014 por uma besteira perdemos um voo de Barcelona para Hungria e precisamos comprar um novo voo baratinho de última hora e dessa forma dormimos no aeroporto, sem contar as inúmeras vezes que passamos alguns perrengues durante a viagem, mas isso é história para outro post.

Veja abaixo um resumo dos custos da viagem que fizemos em 2013 durante 70 dias.

Custos 2013

Passagem de avião – São Paulo / Berlim: R$2200,00
Custos com hostel e hospedagem: R$430,00
Ingresso para 3 festivais: R$650,00(os ingressos estavam na faixa de 80 a 100 euros)
Compra da moeda(€1500,00): R$4350,00 com a taxa do câmbio a R$2,90
Transporte: R$1500,00
Total: R$9030,00

Como podem reparar os valores dessa viagem foram bem maiores porque ficamos mais que o dobro de tempo e conhecemos mais países, esse parece ser um valor muito alto, pode-se até comparar com o valor de um carro usado, porém sempre defendo a ideia de que vale muito mais a pena gastar com experiências do que com coisas materiais, não vou passar os custos de 2014 mas podem considerar um meio termo entre 2011 e 2013.

Volto a reforçar que o que manda nos valores de uma viagem é a forma como você quer que ela aconteça, se você tem condição de comprar as coisas antes então compre, se você pode gastar um pouco mais com hospedagens então gaste, mas se não pode então procure saídas mais baratas que também não deixam a desejar.

Se você está pensando em traçar um plano para uma viagem como essa ai vão algumas dicas rápidas.

Transporte

Como a Europa é um continente onde os países são relativamente pequenos e as divisas são todas muito próximas é possível fazer a maioria dos percursos de ônibus ou trens, muitas pessoas acham que os trens são a forma mais barata de se viajar, muito pelo contrário, como os festivais acontecem no verão os preços dos tickets sobem, isso não é regra mas na maioria dos casos a melhor saída são os ônibus, você pode começar pelo buseurope, eurolines, goeuro e para trens o db bahn. ATENÇÃO NUNCA UTILIZE OS ÔNIBUS DA ORANGE WAYS, TIVEMOS SÉRIOS PROBLEMAS COM ELES.

Ônibus para o festival, quem vai?

Se você vai viajar entre 2 países que estão longe como por exemplo Portugal e Hungria ai vale a pena tentar uma passagem de avião em companhias de baixo custo como easyjet ou ryanair ou então acessar os comparadores de preços como por exemplo skyscanneredreams e rumbo.

Ainda se você estiver numa galera e alguém dirigir vale muito a pena alugar um carro e dividir, você consegue fazer rotas alternativas e conhecer os países por suas vias internas, essa é uma ótima pedida para sair das rotas de turistas.

Alimentação

Essa é uma parte que assusta muita gente, as vezes porque existem pessoas que não comem determinadas comidas e outras que são nojentas mesmo, se a grana estiver curta opte por comprar comida nos supermercados e levar para o hostel ou então aproveitar uma deliciosa tarde num parque para fazer um picnic e bebericar umas cervejas, fuja dos restaurantes centrais próximos de pontos turísticos, na maioria das vezes é bem caro.

nhami nhami…

Sou o tipo de pessoa que adora experimentar todo tipo de comida, desde as mais exóticas até as mais simples como por exemplo batata frita na Holanda, não vá pensando que você comerá da mesma forma como aqui no Brasil, na maioria dos lugares eles não comem arroz e muito menos feijão, somente Portugal que segue basicamente a mesma dieta nossa à base de arroz, carnes vermelhas e peixe.

Não sou adepto a fast-food mas na pior das hipóteses você pode “apelar” para os junk foods como Macdonald’s e Burguer King, essas duas franquias existem em qualquer lugar do mundo(não duvido ter uma na Coréia do Norte), é mais fácil encontrar um deles do que banheiro por exemplo.

Hospedagem

Existem inúmeras opções de hospedagem que vão desde hostels(albergues), quartos privativos e casas(Airbnb), hotels e até sofás de pessoas que nunca te viram na vida, apenas cedem um cantinho para se acomodar, há opções extremamente baratas como os “sofás” que citei ou então hotels caros, como aqui a ideia é passar um estilo de viagem barata não vou entrar em detalhes.

Hostel

Hostel

A forma mais conveniente de se hospedagem ao meu ver são os hostels e albergues espalhados pela Europa, há inúmeras opções de busca como por exemplo hostelsworld, hostelclub e também o booking onde também é possível encontrar hotels.

Há também a opção de procurar quartos e apartamentos pelo Airbnb, o mais interessante desse tipo de aluguel é que o proprietário também fica na casa/apartamento e você também pode usar a estrutura da casa como máquina de lavar e fogão, um amigo meu conseguiu um valor mais barato que hostel para Ibiza na Espanha numa casa super charmosa e confortável.

Uma outra modalidade que vale a pena dar uma pesquisada são os couchsurfing(surfistas de sofá) onde pessoas que estão dispostas a ceder um pedacinho de suas casas de graça, isso mesmo, de graça, é bem bacana porque resgata a essência da hospitalidade e o mais legal é que você fará inúmeras amizades e ainda conhece coisas que normalmente não conheceria já que a pessoa que te hospedará possivelmente possa lhe dar dicas e indicações de lugares bacanas.

Ingressos para os festivais

Os ingressos dos festivais são a parte mais simples, como esses festivais são internacionais no próprio site de  cada festival existe um link para você comprar os ingressos, na maioria das vezes eles aceitam o PayPal que é uma espécie de Pagseguro internacional, mas atenção para comprar os ingressos é necessário ter um cartão internacional.

Estas foram apenas algumas dicas, ainda existem outras coisas a se levar em conta antes de planejar uma viagem como essa, nos próximos posts vamos dar dicas de como levar dinheiro de forma segura, como comprar passagens mais baratas, dicas de rolês nas cidades dos festivais, dicas de festivais, transporte até o festival, lugares pra ficar entre outras coisas legais para ajudar vocês viajantes psicodélicos.

Fiquem ligados!