Mais conhecido por suas experimentações com LSD e seu papel na contra-cultura americana, o psiquiatra Timothy Leary (1920 – 1996) também explorou as possibilidades terapêuticas e de expansão da consciência dos games.

Esses projetos de Leary foram exibidos na semana passada por uma equipe da Biblioteca Pública de Nova York, parte de seus arquivos históricos, que agora serão colocados à disposição do público para pesquisa. São 375 discos de computador com rascunhos de software e alguns jogos completos, que poderão ser vistos e, em alguns casos, até jogados num computador especial. As informações são do New York Times.

“Alguns dos jogos ainda estavam em desenvolvimento, então há bugs”, diz Donald Mennerich, que liderou o projeto de pesquisa.

Um dos games, Mind Mirror, foi criado em 1985 e lançado comercialmente pela Electronic Arts. Ao longo de dois anos, vendeu 65 mil cópias. Seu conceito fazia parte dos estudos psicométricos de Leary e de sua tese de Ph.D, “As dimensões sociais da personalidade”, de 1950. Mind Mirror permitia que jogadores escolhessem diferentes personalidades e, a partir delas, realizassem uma série de atividades interpretando a persona escolhida. A ideia era que, assim, o jogador explorasse os limites e características de sua própria consciência.

Parece excêntrico? Segundo os pesquisadores da Biblioteca de Nova York, o psiquiatra prometeu ainda uma continuação, nunca finalizada, de Mind Mirror. Essa teria outros elementos na trama, com toques de “sensibilidade psíquica, telepatia, excelência psicodélica, domínio do cérebro, a habilidade de subir de níveis, ginástica inter-neurológica e, claro, o erótico”.

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