Confira a segunda parte da entrevista concedida pelo artista Hutti Heita ao purpletrance, Hutti Heita se apresentará no festival de final de ano Terra em Transe, a primeira parte você pode ler neste link

Purpletrance: Quais são suas influências musicais?

Hutti Heita: Influências musicais… essa é uma pergunta difícil. Eu queria ser reconhecido por um som original, mas é difícil não ter influências. O psy trance sueco me inspirou. Sons antigos, como Hux Flux e Logic Bomb, por exemplo. Eu comecei na mesma época que Procs e Derango, mas, com certeza, fui influenciado por eles também e pelo estilo da Sanaton Records, assim como Schlabbaduerst Records e o bom e velho Stoneage Recrods, Alguns sons mais criativos do Simon Posford também me influenciaram. O estilo tribal que eu conheci no início dos anos 90 também está sempre comigo.

Hoje em dia, me imagino numa festa na floresta enquanto estou produzindo e tento focar em como sons diferentes vão soar quando batem nas árvores, como os ecos soarão nos espaços abertos ou entre montanhas, etc. Sem paredes em volta, ao ar livre, na natureza, é a melhor experiência acústica que você pode ter, pois o som é o mais puro possível na terra. As ondas de som não são refletidas de volta, diferentemente do que ocorre em lugares fechados.  A maior influência para mim é a natureza e a interação do espirito tribal atemporal dançando em transe e viajando nesses eventos ao ar livre, conectando e se tornando um com a natureza.

Purpletrance: Como você define sua música?

Hutti Heita: Defino meu som como Forest, é claro, ou simplesmente trance psicodélico, as vezes escuro (dark), as vezes claro (light), dependendo do tema da história, mas, no fim, é psicodélico e é trance. Para mim, é difícil encontrar psy trance psicodélico, então, junto com outros artistas, inventamos o conceito Forest para ser mais fácil de encontrar esse tipo de som. Tenho notado muitas pessoas classificando suas músicas como Forest, mas eu as chamaria de Dark psy. Mas, os gêneros se misturam e eu acho isso positivo.

Purpletrance: Como é a cena eletrônica na Noruega?

Hutti Heita: A cena Forest na Noruega é bem saudável e pura. È um dos públicos mais focados para o qual eu toco. Essas festas geralmente são para mais ou menos 400 pessoas, então há um sentimento bem tribal e único. A cena psy, pelo menos por meio do Forest, ficou no underground por todos esses anos, então é uma experiência mágica participar disso. A natureza na Noruega é linda e não fica longe das casas. Até mesmo em Oslo, a capital, você pode pegar o metrô e ir até a floresta em 20 minutos. Para mim, isso é muito exótico e especial. A cena do fullon psy trance é igual a de outros países: mais mainstream e geralmente ocorre em lugares fechados. Outros gêneros da musica eletrônica como House e Techno sempre foram populares na Noruega.

Purpletrance: Você poderia nos dizer alguns dos softwares e sintetizadores que você usa em suas produções?

Hutti Heita: Para a produção, eu uso diversos softwares. Ableton Live é o principal, mas já usei o Cubase também. O Live é um pouco mais simples, mas mais rápido para produzir e fazer experiências. Ele é bem minimalista e funcional, mas bastante flexível. È um software que esteve à frente de seu tempo, com menos menus e mais funções. Uso bastante as ferramentas dele. Os midi plugs sao simples, mas ótimos. Sempre uso os samplers e sythns, especialmente o Operator. Eu amo o EQ8 e o modo tela cheia. É similar ao novo FabFilter ProQ2. Uso também plugs como Surge e algumas coisas da Native Intruments. Tudo da U-HE é bom. Em termos de hardware, já usei bastante o Acess Virus, que é um ótimo synth para psy trance.

Purpletrance: Gostaria de deixar alguma mensagem para seu público que espera com ansiedade sua apresentação no Terra em Transe?

Hutti Heita: Faz muito tempo que não vou ao Brasil e estou bastante animado com essa viagem. Preparem-se para torcer e balançar a pista! Vejo vocês lá!

Hutti Heitta se apresentará no festival de fim de ano Terra em Transe  que acontecerá na Praia do Garcez  na Bahia entre os dias 29/12 de 2014  e 03/01 de 2015, para este ano o Terra em Transe caprichou na produção do festival, com um line de peso agradando a todos os gostos musicais, se eu fosse você não perdia tempo e corria lá na fanpage ou clique aqui para garantir seu ingresso, quem já passou um réveillon na Bahia sabe do que estou falando, nada melhor do que curtir uma boa música nas belas praias baianas.

Fiquem atentos a novas informações sobre o Terra em Transe!