Veja a entrevista que Fernando Clufe(waio) cedeu ao balada planet em maio deste ano, para acessar a matéria original clique neste link.

Quando o projeto Waio surgiu no Brasil muitos se apressaram em rotulá-lo como o “Enfant Terrible” do trance nacional. Entretanto o caminho seguido por Fernando Clufe (nome por trás do Waio) foi diferente. Enchergando mais possibilidades na Europa, partiu para o velho continente e ao que parece, vem mostrando que sua decisão foi certeira. Com várias gigs marcadas mundo afora e contratos com selos respeitados, Waio vem consolidando sua carreira internacional. Aproveitando uma pausa na sua agenda, ele falou ao Balada Planet contando um pouco do seu momento atual e da sua vontade de voltar a se apresentar no Brasil.

“…por eu não ir atrás dos organizadores e não frequentar muito festas e clube, creio que isso dificultou as coisas por aqui.”

1 – Olá Waio. Primeiramente nos conte por onde você anda e o que tem feito ultimamente?

Olá a todos os leitores, fico feliz em novamente estar cedendo uma entrevista ao Balada Planet. Ultimamente estou em uma grande turne onde já passei por Tokyo, Moscou, Bolonha, Hamburgo, Amsterdam, Londres e Cancun, onde estou agora para tocar nas últimas festas antes de regressar para o Brasil. Serão 4 meses no total e até o momento já foram mais de 20 eventos. Em Amsterdam fiquei pouco tempo, onde produzi 2 novas faixas com o Cyrus The Virus (uma já lançada pela Neurobiotic também junto com o Avalon). Logo em seguida voltei com o Avalon para Londres, onde produzimos mais 3 faixas em parceria com o Dj Tristan. Há 2 anos trabalho como artista principal da Solar-Tech Records (de Hamburgo, Alemanha), onde lancei recentemente o EP Symbolika com 2 Faixas,
o que nos rendeu 5 dias no TOP #2 do Beatport. Tudo isso me faz muito feliz por saber que meu produto está sendo exportado e aceito de uma forma incrível!

2 – Mesmo com uma grande cena no Brasil, você acredita que na Europa um DJ de trance tem mais chances de crescimento? Por que?

Acredito que em todos os continentes, seja América, Europa ou até mesmo na Ásia, temos chances de nos destacar. Buscando um material novo, ser ousado, experimentar e acreditar no próprio trabalho, trazem grandes chances de nos destacarmos. Afinal, o comum já tem de sobra!rsrs.

3 – Quais os países mais absorvem o trance psicodélico na Europa?

Alemanha (por seus grandes e famosos festivais) Inglaterra (pelas Squat Parties) e em Portugal (também por grandes festivais), mas todos os outros que não citei, também possuem um grande número de seguidores do trance psicodélico como Italia, Austria, Suíça e Dinamarca.

4 – Fale um pouco de suas produções. Qual você considera seu diferencial na hora de compor uma track.

Difícil responder algo sobre o seu próprio ritmo de trabalho, porém sempre inicio com uma idéia concreta na cabeça. Não sou do tipo que vai buscando algum caminho conforme a composição.Atualmente busco uma idéia e um tema a ser feito. Depois um vocal marcante (como no remix “You Know the Sound”) e criar uma melodia com muitos violinos e muitos processos (como na track Symbolic Sound). Primeiramente componho este tema e a partir disso crio as batidas e outros elementos! O que me leva tempo é passar a idéia principal para o sequencer (Logic), utilizando também outras ferramentas. Mas falando em diferencial acho que os momentos místicos e atmosferas intergalacticas com muitos efeitos de audio (glitchs and chops) são minha marca registrada.

5 – Quem são suas maiores influências musicais?

Busco sempre ouvir algo que me surpreenda, como as composições do BT (Brian Transeu) e Access to Arasaka além de outros grandes produtores, como Daft Punk. Não costumo ouvir psy-trance para não interferir nas minhas idéias e ir atrás de algo que ninguém buscou, mas impossível não ouvir quando vou a uma gig, por exemplo!

6 – Por aqui, com a queda na cena trance, muitos DJs de psy acabaram no ostracismo ou mudaram de sonoridade. Faria o mesmo se ficasse por aqui?

Sem sobra de dúvida, não! Sempre busquei ser original e me focar em algo que me dê prazer no trabalho e que seja produtivo! Assim como não acredito que a cena trance caiu, e sim esta passando por uma transformação, outros gêneros evoluem (um house hoje, soa totalmente diferente do que há 10 anos atrás e curiosamente atualmente levam elementos do euro-trance)

7 – Você acredita que o Brasil não lhe deu a oportunidade necessária para mostrar o seu trabalho?

Não diria oportunidade, mas por eu não ir atrás dos organizadores e não frequentar muito festas e clube, creio que isso dificultou as coisas por aqui. Mas tenho muito tempo ainda para voltar ao Brasil e tocar. Já toquei em grandes festas e recebo convites, porém minha agenda no exterior não me ajuda e hoje trabalhando como artista principal de uma gravadora de Hamburgo (Solar-Tech) acredito que o resto do ano passarei em hotéis e viajando!

8 – Como DJ, é possível afirmar que existem no Brasil “panelas” de DJs dentro dos núcleos, o que dificultaria o acesso a festas grandes??

Seria ingênuo dizer que não há panelas, mas pela visão de empresário convém chamar um artista gringo que esta consolidado no mercado Brasileiro do que buscar algo diferente. Infelizmente, ao meu ver é basicamente isso o que acontece por aí e o mercado de djs brasileiros vai ganhando cada vez mais respeito no exterior, não somente no Trance, mas no Drums and bass, Techno, Hard-Techno, House, etc. Acho que chegou a hora de nos preocupar com o material sonoro e a qualidade do serviço oferecido pelo Dj (artista), ao invés de nos preocupar com clichês e nomes “fora de validade”!

9 – Por último, mande um alô para o público BP e fale quais são seus planos para 2011 e se veremos ainda esse ano o Waio se apresentando por aqui.

Ao leitor(a), agradeço os minutos de atenção dados nessa entrevista e pelo interesse em meu trabalho. Em Junho estarei no Brasil por 15 dias. infelizmente toco exclusivamente em Goiânia dia 4 de junho (Goa Beach). Em seguida retorno a Europa para tocar em alguns festivais como Indian Spirit (Alemanhã), Sun Gate (Portugal), Intact Xpanda (Hamburg), entre outros. Recentemente a Revista Mushroom Magazine (do mês de Março) publicou uma matéria sobre a Solar-Tech e o meu projeto. Estou sempre ativo na página do Facebook (www.facebook.com/waio.official), com meus últimos trabalhos e meus próximos shows! Espero regressar em breve ao Brasil com novo material, novas idéias e quem sabe novos projetos.