A espiritualidade que emana da música eletrônica é um tema raramente explorado e debatido por pensadores, espiritualistas, produtores e DJs – o que me causa surpresa, já que, convenhamos, estamos falando de um tipo de música de forte apelo espiritual. Não hesito em apontá-la como a música do futuro, a expressão da Nova Era.

Alguns dos gêneros eletrônicos são capazes de nos levar a estados meditativos e de expansão da consciência, sem uso de qualquer substância psicoativa. O som eletrônico por si só carrega uma mágica desconhecida, emanando vibrações muito sutis para o corpo físico, mas de tremendo impacto para o espírito.

Claro, não são todos os gêneros eletrônicos que possuem este poder, ou pelo menos não comigo. Os estilos que me provocam experiências sensoriais são os que eu costumo chamar de gêneros espiritualizados: trance, psytrance, psychill, chillout e new age music.

O trance é o meu favorito. Sinto meu chakra frontal (ou o terceiro olho) em plena ativação toda vez que escuto uma faixa da qual gosto deste gênero. Sinto uma energia forte que percorre o topo da cabeça e desce pela nuca e coluna vertebral , me provocando arrepios e formigamentos que também se espalham pelos braços e mãos.

Numa experiência recente, ouvi uma música de um DJ alemão que ativou meu chakra frontal de tal forma que me deixou zonzo, me fazendo perder o equilíbrio. A sensação foi indescritível, maravilhosa e muito interessante de se observar. Sei que a música (qualquer gênero ou estilo) provoca reações emocionais nas pessoas e consequentemente, arrepios e sensações agradáveis, mas nunca havia experimentado tal coisa. É certamente espiritual, uma influência qualquer daquele som no campo energético do meu corpo.

O som cósmico, emotivo, melódico e entorpecente do trance exala espiritualidade e faço uma aposta de que ele será o estilo musical favorito da maioria das crianças índigo nessa Nova Era.

Desde que decidi ser DJ e comecei a dar os primeiros passos nessa carreira, o universo tem me mostrado que estou no caminho certo. Minhas noites de sono e sessões de meditação estão me proporcionando algumas experiências musicais onde pareço receber inspirações de outras dimensões. Registro as melodias e letras que recebo nestes momentos para um dia espalha-las para que toda alma índigo a escute e receba essas mensagens.

Tenho certeza de que isso também acontece com outros artistas. Já sabemos que o processo de criação tem uma ligação direta com a intuição e esta, por sua vez, é a uma das formas de comunicação entre o mundo material e o espiritual.

Tudo isso não me deixa dúvida de que a música eletrônica precisa ser descoberta como uma fonte preciosa de ligação do corpo com a alma. Certamente há muitas coisas que os estudiosos do espírito ainda podem descobrir com relação a música em geral e especificamente com o gênero das raves e clubs.

Mas claro, tal feito só será possível quando deixarem de marginalizá-la e de fazê-la sinônimo do consumo de drogas, do materialismo e da futilidade. Quando isso for superado, será possível que todos descubram as mensagens espirituais ocultas em cada melodia e som.

Portanto, dedique-se a conhecer a música eletrônica! E se já a conhece, procure nela um sentido espiritual. Surpreendentes revelações te esperam.

Randley é DJ de Trance, New Age Music e Chillout e toca o instrumento indiano Sarod. Bacharel em Comunicação Social, é auto-ditada em todos os assuntos que dizem respeito à filosofia e à espiritualidade. Ele escreve o blog Raves em Plêiades, onde divaga sobre questões existenciais e sobre a música eletrônica.

Post retirado do blog Rave em Plêiades disponível neste link, vale muito a pena dar uma passada lá no blog e conferir os posts, são ótimos.