Já faz um tempo que estou para publicar isso mas só hoje consegui.
Sou frequentador assíduo do blog do Natan Bueno, esse ano ele fez uma viagem pra trancer nenhum botar defeito, “varrendo” a Europa em busca de momentos psicodélicos e experiencias memoráveis, passando por alguns dos maiores festivais europeus como Antaris, Ozora e Boom, em seu blog é possível ler tudo sobre essa experiencia intensa.

Um dos assuntos mais polêmicos é quanto a sonoridade do Boom em seu mainfloor, Natan como um amante da psicodelia aponta alguns fatos que deixaram os trancers um pouco desapontados, veja logo abaixo o texto completo sobre o fato e logo abaixo do texto minha opinião, o texto é um pouco grande mas vale a pena ler inteiro.

Vocês podem perceber nos posts anteriores a grande profundidade dos festivais, a grande energia concentrada neles que faz com que os momentos se tornem perfeitos e os problemas nem sejam sentidos. Afinal em festivais da dimensão como o Boom, uma ou outra coisa, acaba não se saindo como o esperado. Porém são problemas na maioria das vezes, estruturais, técnicos que acabam despercebidos quando outros fatores muito mais importantes estão bem!  Houve a reclamação da distância do camping destinado aos carros, por exemplo, era longe, mas algo que pudesse dar um jeito. Mas um dos fatores mais importantes, se não o mais, é a música. E no Boom, a música é o Trance. Claro que existem outros palcos, outros vários estilos, bandas, vários artistas de diversas áreas, enfim. Mas no palco principal do Boom, quem manda é o trance, é por ele que todas as pessoas estão ali. E realmente grandes nomes do trance se apresentaram, algumas lendas até. Porém todos os dias, entre ao meio dia e as 17h aproximadamente, horário que a pista parava por 3 ou 4 horas, não se houvia trance. O que se houvia era Minimal, ou tech-house, Techno…na pista principal e em outras pistas como o groovy beach, e até um bar com som o tempo todo que rolava entre a pista principal e o chillout.


Esses estilos são dominantes no universo dos clubs e no mainstream da música eletrônica, mas pouco tem a ver com a cultura e a música de festivais psicodélicos, de trance, de cultura alternativa, ou seja lá como se apresentem.  Isso gerou uma certa revolta no público, que protestou através de cartazes, e pinturas no corpo:

Para os que não conhecem muito sobre os estilos musicais fica difícil entender, mas em uma comparação superficial, à fim de um maior entendimento, é como ir a um festival que toca Metallica e Pantera e ouvir Fresno e Restart. Não que um seja melhor que o outro, o que está em discussão não é qualidade ou gosto.  Mas sim a extrema diferença entre o tipo de música.


O Boom se tornou tão grande que atrai muitos tipos de pessoas, não só os amantes ou simpatizantes do trance. Acredito que por sua atmosfera envolvente, que foi construída ao redor do psychedelic trance. Sem ele, essa atmosfera não se completa. Apesar de ter vivido no Boom um dos momentos mais intensos por lá, como podem acompanhar no post anterior, também fiquei decepcionado com essa questão, afinal, eu, como a maioria, estava lá pelo trance. O assunto gerou polêmica na galera, e uma carta foi divulgada pela organização. A “Carta aos Boomers” dizia em um trecho:
“Sentimos que alguns artistas que tocaram na tarde no dance temple, não tocaram música adequada pra um dancefloor psicodélico”.

Espero que o assunto seja analisado com cuidado para a proxima edição, e que o boom não se perca em seu tamanho. Mantenha a essência que o trouxe até onde está. Viva a psicodelia!

Abaixo um outro vídeo feito pelo Raphael do Subconsciousmind, que retrata bem o que aconteceu, e mostra um visão parecida com a de Natan:

Creio que isso demonstre que até festivais extremamente conceituados como o Boom também erram, mas mostra também que se os organizadores desse tipo de evento não tiverem atenção o mainstream e o modismo avançaram intensamente sobre o underground, o espirito psicodélico e suas essências de forma aterrorizante assim como faz com nossa sociedade moderna, que, todo dia recebe uma enxurrada de informações cada dia maior, nós amantes da verdadeira psicodelia devemos manter as raizes musicais e ideais!
Poder fazer parte de uma festa como essa deve ser uma sensação extremamente marcante com momentos mágicos e intensos, graças a esses momentos é de se imaginar que a atmosfera desse festival não tenha sofrido maiores mudanças negativas e sim uma certa “adaptação” e evolução, como nosso amigo @Diogo do Mushrootz citou no comentário, é praticamente impossível um festival para 25 mil pessoas agradar a todos.

Créditos: Natan Bueno

Post original: http://mtv.uol.com.br/mundotrance/blog/boom-festivalminimal