O Ozora foi de longe o festival mais bem organizado que já fomos, assim como o mais louco e intenso, logo que desembarcamos no aeroporto de Budapeste haviam várias pessoas da organização para nos direcionar aos ônibus que iriam direto pro festival. Chegamos durante a noite, um dia antes da abertura oficial do festival, na fila para pegar a pulseira eles te davam uma saco para por o lixo e um tubinho para o micro lixo.
Entramos no festival e fomos procurar o camping mais próximo do main stage, depois de andarmos no escuro em todas as direções possíveis, enfim conseguimos achar o camping.
No dia seguinte fomos dar uma volta pelo festival para conhecer o local, que por sinal é enorme e lindo demais, e começamos a encontrar os brasileiros perdidos por lá também.
O main stage abriu no final da tarde e foi uma das partes mais marcantes do festival, toda aquela galera esperando os seguranças soltarem a fita e todos gritando enlouquecidos, foi um misto de adrenalina e emoção por estar fazendo parte daquele momento.

O Ozora reuni muita gente, mas muita gente mesmo, a pista parecia não ter fim, foram tantos momentos magníficos que fica difícil colocar todos eles aqui, conversando com um brasileiro lá ele ainda falou uma coisa que nos marcou muito, ele disse que as pessoas não vão ao Ozora e sim que as pessoas são chamadas pelo Ozora, o que parece é que esse festival consegue reunir os freaks mais freaks de todo o mundo, o que há de mais alternativo e errado para nossa sociedade moderna está lá, e é muito bom saber que fizemos parte disso.

A festa em si é muito insana e intensa, cada detalhe é muito bem pensado logo nos primeiros dias fomos dar uma volta pelo Magic Garden e aos arredores do festival e notamos que o Magic garden é uma espécie de Circulou do Universo Paralello onde há apresentações culturais, palestras e etc, já aos arredores há decoração pelo local inteiro como por exemplo várias árvores enterradas de cabeça para baixo com as raízes para cima, havia também um minimercado que vendia de tudo desde macarrão até pilhas de lanterna passando por leite, achocolatado, frios e etc.
A grande vontade que se tem é de não sair da pista e não perder nenhuma das atrações, porém tudo na vida tem um limite e nosso corpo também, ou seja, comer e dormir são muito bem vindos.

As apresentações são um show a parte dando destaque para nomes bem conhecidos de nosso público brasileiro como Aphid Moon, Protonica(muito bom porém mais fake que o Eskimo), Protoculture, AMD(Aphid Moon e Dick Trevor), U- Recken, Zen Mechanics, Filteria, Tristan, Fearsome Engine, Ace ventura, Liquid Soul e muitos outros, e destaque para alguns nomes que não tinha ouvido falar ou então nunca tinha visto tocar em nenhuma outra ocasião como Logic Bomb, Boom Shankar, Krama(pra mim um dos nomes do festival), gino, Green Nuns of the Revolution(Dick Trevor), Edoardo, Lucas entre outros, isso sem falar na apresentação absurda de Simon Posford, ele tocou um versus com o Sr. palhaço de circo Raja Ram que prefiro não comentar aqui por questão de respeito mas que no meu ponto de vista faz muita graça pra pouco som um dos únicos momentos marcantes de seu set foi quando tocou Mescaline que para muitos é chacota porém pra mim é um dos hinos que jamais podem ser esquecidos, Simons Posford(Hallucinogen) soltou suas músicas clássicas em um live com direito a efeitos ao vivo em suas milhares de mesas e sintetizadores criando uma atmosfera única que jamais tinha visto.

LUCAS

RAJA RAM – MESCALINE

SIMON POSFORD – SHAMANIX

KRAMA

Uma coisa que notamos foi o número bem pequeno de projetos de Dark Trance, diferente do Universo Paralello que tem bastante coisa lá haviam apenas alguns em dias distintos, na noite no lugar do Dark havia um goa mais antigo daqueles um pouco mortos com basslines quase inexistentes.
Mesmo o som da noite sendo um pouco “parado” demais, a pista do Ozora parece uma máquina que não acaba a energia nunca, a qualquer hora do dia ou da noite que você ia para a pista se deparava com a mesma cheia e com muita energia para dar e vender.

Uma das coisa que mais me chamou a atenção no Ozora é a intensidade e energia que a pista tem, há muito tempo que não via uma pista tão cheia de energia e vigorosa como a de lá, a cada limpada dos breaks, ou virada ou qualquer textura diferente a pista gritava e pulava na mesma sincronia sem falar que quando havia o break do som da pista principal o camping virava uma verdadeira zona, era um monte de maluco imitando sons de animais(cachorro, cavalo, hiena e etc) e o mais interessante é que a sincronia se mantinha, parecia ser um efeito em cascata, um começava e daqui a pouco o camping inteiro estava fazendo a mesma coisa.Surreal.

Depois de toda essa experiência, sensações, perrengues, alegria e etc posso alegar que O TRANCE AINDA ESTÁ VIVO E MUITO LONGE DE MORRER, desde a sensação familiar e séria do Antaris, passando pela perfumaria e lasers do Vuuv até a intensidade e força que o Ozora tem, essa experiência só teve a nos adicionar momentos marcantes em nossa vida, espero no ano que vem poder fazer algo parecido, alguns planos estão por vir, ainda em fases iniciais como Aurora, Boom e com certeza OZora novamente…