Nos dias 14 e 15 de agosto aconteceu mais uma vez o festival Respect, nos estávamos la e vamos contar como foi mais essa edição.
O lugar escolhido foi mais uma vez o vale da brisas, que continua encantador mas ficou um pouco pequeno para tanta gente que compareceu na festa, atravessar a pista era sempre um sufoco.
Havia muitos banheiros femininos e ficaram limpos “na medida do possível”, os garotos sofreram um pouco, a fila do banheiro masculino ficou grande a festa inteira.

A decoração estava linda mais uma vez e o tempo colaborou nesta edição, nada de chuva e nem sol muito forte.
O show do planta e raiz foi super bacana, combinou com a ideia da festa e aparentemente o pessoal curtiu muito, o chill out ficou lotado na hora da apresentação. Rica Amaral no chill out dispensa comentários, foi lindo demais.

É curioso como existem diferentes opiniões depois desse fim de semana do dia 14 de Agosto.
Aos olhos dos verdadeiros amantes  da psicodelia, e frequentadores de eventos regados por ela, é notável as mudanças, pequenas, mas de certa forma, curiosas.

Já, aos olhos quem entrou na nave Respect pela primeira vez, o encanto e a surpresa que a festa sempre proporcionou ainda permaneceu.
O CORPO da festa estava lá, como sempre esteve…
As cores, as luzes, os detalhes a mão, as pinturas em quadros e panos, exposições fotográficas, o Chill Out quase criando vida própria, mesmo com o frio, as magia ainda estava radiante.

Pelas pistas e cantos da festa, show pirofágico, o elástico, Reciclowns arrancando com força sorrisos por onde passavam, bolhas de sabão, as maravilhosas performances artisticas. Todo encantamento que a festa transmitiu durante anos, tocaram novamente o publico “novato”. Elogios não faltaram.

Mas e a ALMA? A música e o público?

Aos olhos de antigos frequentadores e amantes Respect, ficou uma sensação desconhecida, algo ficou faltando, algo mudou e o gosto não foi agradável.
Men 2 Deep, Space Tribe, Zaghini, 2010, Pragmatix, alguns dos nomes que fizeram seu papel com classe!

Mas… o que gerou o gosto desconhecido?

Timbres e percurssões de techno fizeram parte do um grande periodo de tempo na atmosfera da festa, cortando a psicodelia de cabo a rabo que estavamos acostumados.
Chill Out, geralmente usado como um ambiente de paz, relaxamento e reflexão. Durante a madrugada foi invadido pelos lentos bpms.

A madrugada no Main Stage, geralmente o campo dos monstros do Dark Trance cessou mais cedo, e no lugar da Psicodelia o Full On Night apareceu, com características High Tech, vocais e efeitos que pareciam ir para todas as direções.
O querido Progressive que daria as caras mais cedo no Main Floor, apareceu como um “mutante com efeitos e timbres techno”  pegando todos de surpresa, tanta surpresa, que muitos preferiram tomar um açaí, sentar no chão, relaxar as pernas. Ou ficar sem reação mesmo.

Ficou claro que a Respect atingiu um grande numero de pessoas, talvez ganhou uma proporção tão grande boca a boca, que nem ela mesmo esperava.
Ou talvez esteja se adaptando aos novos públicos fiéis a musica eletronica no Brasil, divulgando a festa com mais intensidade, para conscientizar a verdadeira essência Respect, talvez?

Lá tinha de TUDO – De hippies e estilos alternativos a garotas que mais pareciam ter saido de uma pintura (e 2kg de maquiagem), de dreads e roupas “largadas” aos famosos Bondes da Oakley, do pé a cabeça uniformizados prontos para guerra?!  De danças e pulos espontâneos guiadas pelo som, a “sensualizadores” com suas danças ensaiadas no quintal de casa em frente ao espelho de quarto da irmãzinha mais nova.

Uma festa que nos últimos anos gritou nas nossas cabeças qual é a verdadeira mensagem e ideologia que vai MUITO ALÉM só da musica, se transformou? Evoluiu? Se adaptou? Não sabemos!
É inevitável a mudança de público, para tornar a festa uma SOBREVIVENTE em meio ao caos na cena eletronica verde e amarela.
Mas qual é o caminho certo? Informar? Educar? Conscientizar?  Ou atingir todos os publicos de uma vez só?

TALVEZ esse público que frequenta as grandes festas comerciais de hoje em dia NÃO esteja preparado para absorver a ideologia de uma vez só.
TALVEZ a Respect deveria ir mais devagar na sua mudança/transformação. Planejar antes de agir.
Rosa Ventura disse as exatas palavras: “Cada edição é uma!”

Fazer com que o novo publico sa adapte ao o que é a psicodelia, a ideologia, ao o que sempre foi a Respect leva tempo e calma…
… afinal, para manter o que sempre foi mágico em pé, é preciso fazer com que eles se adaptem a mágica, e não a mágica se adaptar a eles!

Pelo menos uma coisa foi mostrada, que a música pode sim reunir pessoas de diferentes tribos e de diferentes ideais em um só ambiente, talvez a ideia da organização da Respect foi o de tentar conscientizar pessoas de mentalidades diferentes.

Fica aí a esperança para todos os Dinossauros. Pois de coração, não queremos passar mais fome, do que já passamos!

Nota: Essa postagem foi feita em conjunto entre a Daianny(velha conhecida) e o Guilherme(Gui), novo colaborador no blog, espero que tenham gostado.