Saudações amigos do trance, mês que vem estréia o filme que eu tenho mais esperado (e temido) desse ano, “Paraísos Artificiais”. filme de Marcos Prado, premiado diretor de Altamira e um dos diretores e produtores de Tropa de Elite 1 e 2, tem como temática o nosso amado mundo da musica eletrônica com suas festas e festivais, ainda não sei qual o  resultado do filme, mas hoje vi no facebook um comentário sobre o filme de um cara chamado Dêfo que é responsável pelo Estilo Espiral.

Veja abaixo sua visão sobre o filme:

Ontem fui a pré estréia do filme “Paraísos Artificiais” do diretor Marcos Prado, mesmo diretor de Altamira e um dos diretores e produtores de Tropa de Elite 1 e 2.
Gostaria de começar esclarecendo que o filme é uma ficção que narra uma história de amor vivida por dois jovens nas baladas, festas e festivais mundo a fora.
Fui ver o filme com um aperto no peito, pois como todos sabem faço parte do mundo eletrônico nacional. Sigo a linha trance psicodélico, que é diferente das outras vertentes da música eletrônica, mas sem dúvida nenhuma é música eletrônica e é generalizada com sendo algo que veio para acabar de vez com a sociedade “Normal” com suas drogas, promiscuidade e falta de amor pela vida e pelos amigos. 
Bom, fui ver o filme e ao meu lado estavam pessoas que não tinham nem ideia do que iriam assistir e antes do filme começar comentaram que veriam um filme de drogados usando crack, todo mundo brigando nas festas de pessoas alucinadas sem nada na cabeça e no coração, eles acreditavam que veriam isso no filme, somente coisas do demônio.
O engraçado é que é assim que a sociedade nos vê, quando falamos que vamos a uma festa de música eletrônica eles imaginam que vamos a um lugar do mau, e que possivelmente usamos drogas pesadas e não damos valor a vida.
Já ao término do filme vi essas pessoas aplaudindo e comentando que não imaginavam que nas festas existia tanta amizade, tanto amor, crianças fazendo aulas de malabares com palhaços, pessoas meditando ao som natura e aplaudindo o nascer do sol. Viram que são apenas jovens querendo se divertir e descobrir o mundo, viram que assim como há as drogas, o traficante, a morte, há também a amizade, o amor, o respeito a natureza.
É claro que existem festas e festas, existem aquelas que valorizam não só a música, mas valorizam a expressão corporal, a arte circense, artes plásticas, terapias holísticas e existem aquelas que só visam o lucro rápido é fácil. Mas a vida é assim tudo tem seu lado Yin e seu lado Yang, o bem e o mal convivem dentro de nós, de nossas casas e de nossas vidas todos os dias e é claro que em uma festa isso não seria diferente.
Alguns falaram também sobre sexo, que tinha muito sexo no filme, mais uma fez um tabu da sociedade, SEXO É VIDA (parece até propaganda isso), mas o fato é que o sexo foi marginalizado também como sendo algo ruim, algo pecaminoso, meu Deus, se não fosse ele nem você estaria lendo isso e nem tão pouco eu escrevendo, e quem disse que sexo tem que ser sem prazer só para procriação me perdoe, em que época você vive, ainda está nos áureos tempos da inquisição onde convenhamos isso sim era loucura. Façamos amor! Não a guerra!
Muitos temem que esse filme possa piorar ainda mais o que a sociedade acha ou pensa de nós, sinceramente, pra mim, o que a sociedade acha ou pensa é problema dela, vivemos em um mundo onde é muito mais fácil cuidar da vida dos outros do que das nossas e de nossos filhos, filhos esses que vão pra festa, independente de que ritmo for, e acabam se entupindo de drogas e até falecendo e a culpa cai em cima da música ou da festa, o que a sociedade deveria realmente acompanhar e observar é que a culpa está em casa, na falta de diálogo entre pais e filhos, na falta de tempo que os pais tem para olharem para seus filhos e notarem que eles estão sozinhos e precisando de ajuda. Daí eles vão para a festa e acham esse conforto na droga, que acaba potencializando aquilo que ele está sentindo, aquilo que ele é e é por esse motivo que tantos se perdem, porque não tiveram referências em casa e na própria sociedade para passarem por todas experiências de forma tranquila e segura.
Algumas cenas do filme pra mim foram fortes pois a morte choca, mas sabemos que isso acontece todos os dias em nossa sociedade NORMAL, e não acredito que por causa do longa eu ou qualquer outro produtor de eventos eletrônicos seremos mais ou menos criticados pela mídia em geral, continuaremos sendo nós mesmos e devemos somente acima de tudo continuar tendo a responsabilidade de promover eventos legais, com arte, cultura, música, amor e responsabilidade, sem excessos, sem abusos, lembrando sempre que a vida que é nosso bem maior.
Acredito também que agora a sociedade verá que todos os personagens que estão no filme são baseados em pessoas normais, de famílias boas e são pessoas boas também, só que, como em tudo na vida tudo tem dois lados, você escolhe baseado em sua bagagem familiar e social qual é o lado/caminho a seguir e daí por diante ou você evolui, ou cai e levanta de novo ou cai e fica, mas a vida é assim feita de aprendizados e experiências.
Parabéns a todos os atores, ao diretor, a equipe técnica que mostraram também seu ponto de vista no filme, lembro que todos devem discutir a questão, mas lembrem-se que estas pessoas são do bem também e merecem respeito, criticas devem ser feitas mas respeito é sempre bom e todos nós gostamos.
Finalizo meu depoimento com algo que escrevi a muito tempo atrás e é sem dúvida meu lema: 
Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou Diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou Sempre EU mesmo, mas com certeza não serei o Mesmo pra sempre.

O TRANCE JAMAIS MORRERÁ

Eu Dêfo … amante da vida, amante dos meus amigos e irmão….

Falei 

Aho!!